domingo, 28 de dezembro de 2008

Feliz 2009

Esta é uma mensagem de fim de ano que eu gosto muito. Ela foi composta há dez anos, para a virada de 98 para 99, mas tem sido tocada todo final de ano, de maneiras diferentes.
Não, não é a vinheta do Nelson Mota que a Globo toca todo ano, mas a 98-99 de Humberto Gessinger.

Paz em 2009.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Enchentes em Ururaí: O desabafo de um cidadão

O professor Sérgio Soares, residente a vida inteira em Ururaí, indignado com o descaso das autoridades em relação a situação em que se encontram os moradores de seu bairro, pede espaço aqui para divulgar uma carta aberta à sociedade:

"Queridos Amigos...

Uma vez que estou literalmente dentro d'água e aguado nessa situação, conto com algumas respostas e quem sabe soluções. Conto com algumas respostas.

Um forte abraço,

Sérgio Soares*


Àqueles que ainda acreditam em dignidade.

Nesses dias que seguem ao desespero e a força da natureza, tenho estado em estranho desconforto diante da espécie humana. Sinto-me violado nos direitos ditos fundamentais pela constituição e, em seguida abandonado por aqueles que deveriam me garantir esses direitos.
Em menos de dois anos vejo parte da minha vida e de boa parte da população sendo levada pelas águas. Sempre vivi nessa região e ao longo desses anos vejo a força da água cada vez maior. As casas, até então distantes do poder do rio e protegendo-nos das águas de cima, tem sido tomada pelas águas sujas de baixo que invadindo as ruas e quintais e penetrando por nossas portas, janelas e derrubando nossas paredes e levando o pouco que podemos ter com o fruto do nosso trabalho. Mas essa força raivosa das águas tem um motivo: a ganância humana. Fazendeiros e usineiros ocupam impiedosamente as margens do rio, desviam saídas, aterram brej os, constroem diques que impedem que as águas se espalhem e não arrastem nossas vidas.
De um lado a boa fé humana e aqueles que se dispõem de alguma forma em ajudar e de outro o povo que mesmo necessitado insiste em levar vantagem. Precisam sim, não estou negando a necessidade daqueles que perderam tudo ou quase tudo. Mas deve existir dignidade, mesmo nesses momentos de angústia e de desespero. Falo em nome da boa fé que precisamos aprender a cultuar e acima de tudo respeitar.
Sei que a fome e as necessidades vitais não esperam. Que a saúde deve ser preservada e é dever público oferecer condições para tais. Não é um serviço gratuito como fazem parecer. Pagamos impostos e esses devem ser revertidos para o bom funcionamento das maquinas públicas como saúde, serviços sociais, saneamento básico e acima de tudo a garantia de um gestor que faça a máquina funcionar. Mas como manter viva a fà © nessa cidade de desilusão política, onde só recebemos notícias de corrupção e desvio de verbas públicas.
Algumas perguntas me martelam e insistem em sangrar. Onde está o prefeito de nossa cidade que não se manifesta? Onde está o IBAMA que persegue os pescadores e seus pequenos peixes (nesses dias corretamente), pobres senhoras com seus papagaios e não enxerga a construção de um dique em área de escoadouro de água do rio Ururaí? Onde está o meu direito de cidadão que não pode vir a tona sem que eu vá à justiça para buscá-lo? ... a mesma justiça que garante ao fazendeiro uma maior valia para seus bois, indiferentes às nossas vidas que pouco a pouco vai sendo levada pelas águas, com toda sorte de destruição e doenças que podem aparecer a qualquer instante.
Em menos de dois anos tudo isso. Com uma diferença é claro. Na vez anterior a mesma água não subiu no asfal to, não impediu que os caminhões com alimentos para a população urbana chegasse ao seu destino. Sofri o mesmo impacto, fiquei dois meses fora de casa, com meus vizinhos espalhados em vários lugares e a lama habitando a minha casa. Não fui ressarcido em nada, mas o boi do senhor fazendeiro manteve-se protegido e com certeza rendeu bons lucros. Tive que trocar porta, refazer paredes, pintar casa e refazer uma etapa da minha vida. Agora, mais uma vez, a história se repete e todo o país ouve a minha má sorte. Mais uma vez não serei ressarcido e terei que gastar minhas economias (quase nenhuma na verdade) com limpeza, aluguel, pedreiro e sabe-se Deus mais o que. Talvez eu receba um tapinha no ombro e me digam que tudo está bem. Que não perdi nada material e que eu preciso mudar de casa, que eu preciso mudar de bairro e....
Mas minha vida está aqui, meus amigos estão aqui, minha família está aqui. Não quero sair daqui, gost aria que fôssemos tratados com dignidade, que fizessem valer os impostos por nós pagos. Só queria dignidade e respeito daqueles que ocupam lugares de responsabilidade e não a possuem para defender os nossos direitos.

Sérgio Soares
Ururaí, 05 de dezembro de 2008."

*Sérgio Soares é professor de biologia da rede estadual, leciona no Colégio Estadual Dom Otaviano Costa, em Ururaí, e é também professor do Instituto Dom Bosco Salesiano, em Campos. Esta carta foi enviada ao jornal O Globo, para publicação.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Campanha de doação para os desabrigados de Ururaí e Lagoa de Cima

A ASCOM (Assessoria de Comunicação da UENF), avisa que está montado um posto de coleta de roupas e alimentos para as vítimas das enchentes em Ururaí e Lagoa de Cima, na direção do CBB, até a próxima sexta, 05/12.
Localização do CBB abaixo, assinalado em vermelho.
Agradecimentos a George Gomes Coutinho, do blog Outros Campos, pela notícia.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Aulas suspensas no Dom Otaviano de Albuquerque

A água já invadiu o Colégio Estadual Dom Otaviano de Albuquerque, em Ururaí. As aulas foram suspensas, até mesmo porque os alunos não têm condições psicológicas e nem materiais para realizarem suas provas. Os professores se reunirão hoje na casa de um deles para decidir o final do ano letivo.

Entre o rio Ururaí e a lagoa de Cima

O Colégio Estadual Dom Otaviano de Albuquerque começa a receber as famílias desabrigadas pelas cheias do rio Ururaí e da lagoa de Cima. Os professores estão acelerando o processo de avaliação do final do ano letivo para que a escola possa receber mais desabrigados dessa enchente que, segundo alguns moradores, é a pior dos últimos anos.

Já é possível ver enfileirados à beira da BR-101 vários móveis e pertences dos desabrigados, como armários, geladeiras e fogões. Até mesmo a escola, que é o porto-seguro dos moradores de Ururaí, encontra-se ilhada e a qualquer momento a água pode adentrar seu pátio.

O secretário estadual de saúde e defesa civil, Sérgio Côrtes, decretou estado de emergência no município. Enquanto isso, os meios de comunicação não dão nota da atuação do prefeito Alexandre Mocaiber no processo. Li pelos blogs que ele está acamado.
Pobre do campista: tem as águas de seu principal rio envenenadas, noutro canto a enchente destrói a vida material e a memória afetiva de várias famílias, e no centro de tudo isso temos um governo omisso, talvez o mais omisso de toda a nossa história.

domingo, 9 de novembro de 2008

Vestibular UFRJ: Todo mundo quer fazer Engenharia, Medicina, Direito e... História(?)!

Neste momento estão sendo realizadas as provas da UFRJ. São 51.553 candidatos inscritos para concorrer a 7.682 vagas.
A grande novidade deste ano são os cursos novos e o aumento de vagas, de acordo com o plano de expansão do Ensino Superior, comandado pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad.
Com a expansão para o interior do estado, em Macaé foram criados os os cursos de enfermagem e obstetrícia, medicina e o de nutrição, sendo a medicina de Macaé o mais concorrido de todo o vestibular da UFRJ, com a média de 34,97 candidatos para cada uma das 30 vagas oferecidas. Na capital foram também criados os cursos de terapia ocupacional e saúde coletiva, ainda na área da saúde. Nas exatas houve a criação do curso de bacharelado em ciências da matemática e da terra; e na área de humanas foram criados os cursos de comunicação visual design, história da arte, licenciatura em filosofia, licenciatura em ciências sociais e relações internacionais
Houve também o aumento de vagas em alguns cursos já existentes, como o de engenharia (com mais 80 vagas) e os de ciências biológicas (mais 60 vagas para biofísica em Xerém e mais 42 para a modalidade médica). Entre as licenciaturas, priorizou-se a biologia, com mais 32 vagas no Rio e mais 10 em Macaé.
Por mais que o curso de medicina de Macaé tenha sido o mais concorrido, não foi o mais procurado. A relação dos cursos mais procurados, de acordo com o total bruto de candidatos, considerando os de primeira, segunda e terceira opção pelo curso, temos:
Clique na imagem para ampliar

Como é possível observar, o curso de história foi o 5º mais procurado, ficando atrás apenas das carreiras mais tradicionais (engenharia, medicina e direito) e do curso de relações internacionais. É claro que, a maioria dos candidatos se inscreveu em história como segunda ou terceira opção., mas de qualquer forma, representa um indicador interessante. Se formos analisar pela primeira opção de curso dos candidatos, teremos o seguinte:

Clique na imagem para ampliar
Podemos ver que mesmo assim, o curso de história da UFRJ continua bastante procurado, em 11º lugar, na frente de cursos e carreiras mais promissoras, como ciências da computação, arquitetura e química industrial.
O que posso concluir de tudo isso? Que embora pareça haver uma questão ideológica e cultural nas escolhas, o que estes dados mostram são justamente o oposto. Os jovens estão fazendo suas escolhas de forma cada vez mais racional: o que importa é o número de vagas e não apenas a "vocação". Os cursos que aparecem entre os primeiros em procura são aqueles que possuem a menor relação candidato/vaga. Ou seja, o que faz 1.062 jovens terem como primeira opção o curso de história talvez seja muito por conta de suas 180 vagas, assim como a engenharia, com suas 870 vagas, ou o direito, com suas 510. A exceção é a medicina, que tanto como opção dos alunos como relação candidato vaga, ocupam os primeiros lugares da lista, reforçando a tradição cultural.
Dessa forma, temos os cursos "mais fáceis" de passar sendo os mais procurados, em seguida os "mais difíceis", e por último, os considerados "menos interessantes", como os bacharelados em música (muitas opções sem nenhum candidato inscrito, como cravo, contrabaixo, fagote, harpa - que deixarão 31 vagas ociosas, mais do que a medicina de Macaé), faculdade de escultura, faculdade de gravura, letras / português - hebraico (existem várias outras línguas), e várias licenciaturas.
Em Campos, as provas foram realizadas no ISEPAM, onde quase a totalidade dos candidatos nunca colocou os pés.
De qualquer jeito, boa sorte aos candidatos. Boa sorte na vida.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Equipe de transição

Foi anunciada hoje a equipe da prefeita eleita de Campos, Rosinha Garotinho, que irá analisar pontos estratégicos da atual administração, principalmente a situação das contas públicas, a situação jurídica e a articulação junto a câmara de vereadores.
A educação ficará a cargo da professora Maria Auxiliadora Freitas.

sábado, 1 de novembro de 2008

Projeto de férias, será que rola?

Pretendo organizar um material com fotos de Campos e montar um vídeo tipo "ontem e hoje", fazendo novas fotos dos mesmos lugares que fotógrafos do início do século passado registraram, buscando, inclusive o mesmo enquadramento, o que é praticamente impossível, dadas as transformações urbanas e os assassinatos do patrimônio histórico que a cidade sofreu.
Será que rola?











































quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Professores que apóiam Rosinha?

A propaganda eleitoral de hoje foi, no mínimo, curiosa.
Professores que exerceram cargos de confiança (secretaria de educação, direção de escola) durante a administração estadual de Rosinha, que reprimiram greves e todas as tentativas de mobilização do movimento de educadores da rede estadual no município, deram hoje seus depoimentos sobre o que seria a melhor opção para a educação em Campos.
Este governo estadual foi um dos que mais desestruturou a organização sindical dos profissionais de educação nos últimos anos, reprimindo violentamente manifestações pacíficas, prendendo lideranças sindicais e suspendendo licenças. A luta dos educadores pela recomposição salarial, pela convocação de professores concursados, pelas eleições diretas para diretores de escolas e pelo retorno da grade de 30 tempos semanais, foi desmontada por uma rede de diretores de escola e coordenadores a serviço do governo e contra os professores. Portanto, estas declarações de apoio não representam a classe de educadores, mas sim os interesses pessoais daqueles que ocupam tais cargos.
Também prestaram depoimento professores da rede privada, do ensino superior, que não trazem em suas biografias relações com o movimento que luta por uma educação pública e gratuita, de qualidade. Provavelmente foram convidados a dar seus depoimentos por exercerem junto aos jovens de classe média alguma influência, devido ao seu carisma e a inegável competência profissional.
No entanto, o que está em questão é a nossa combalida rede municipal de educação, cuja responsabilidade e prioridade são a educação infantil, primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental, e não essa história que os candidatos anunciam aí, de ensino técnico profissionalizante, que são atribuições das esferas estadual e federal, e desempenhadas aqui no município pelo IFET, FAETEC, SENAI, SENAC, etc....
Nossa escola municipal está abandonada, os professores não têm as mínimas condições de trabalho, são coagidos com a possibilidade da transferência para longe de seus domicílios, enquanto muitos profissionais assumem cargos de confiança e nunca freqüentaram a sala de aula. Os prédios possuem instalações precárias, faltam recursos pedagógicos como biblioteca, laboratórios de ciências e de informática, xerox para produção de material, etc.
A educação estadual até possui estrutura física superior a do município, no entanto, o professor, além do assédio político, sofre com a truculência do governo e com o baixo salário, que é menos da metade do magistério municipal. Um acinte.

Portanto, seja qual for o resultado das eleições, não será positivo para o campo da educação, como vislumbram os professores "sociólogos(?)" que não formam (e talvez até se neguem a formar) a classe dos profissionais da educação em questão, e aqueles detentores dos cargos de confiança que apoiaram a destruição da luta da classe de educadores por uma educação pública de qualidade.

Professores que apóiam Rosinha? Há que se desconfiar.


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Feliz "dias" dos professores!

Em 15 de outubro de 1827, no recém criado Estado brasileiro, foi decretado pelo Imperador Pedro I o Ensino Elementar, em todas as vilas e cidades do Brasil. Em 1847 tivemos a primeira comemoração do dia do professor em São Paulo, por iniciativa do professor Salomão Becker. Porém, um decreto federal de 1963 transformou a data em feriado nacional, para que o dia fosse comemorado "condignamente".
Porém, em épocas de flexibilização liberal, o feriado tornou-se móvel este ano. Um acordo feito com o sindicado dos professores fez com que o feriado fosse antecipado para a segunda-feira (13/10) neste ano, o que não foi seguido por todas as escolas. Resultado: não pude comemorar, visto que onde trabalho na segunda o feriado foi hoje, quarta; e onde trabalhei hoje, o feriado foi na segunda.
De qualquer forma, parabéns aos professores.

sábado, 11 de outubro de 2008

Lei de Anistia: Justiça declara Ustra torturador

Finalmente o Cel. Ustra, ex diretor do DOI CODI foi declarado torturador pela justiça. Precisamos lutar pela reformulação da lei da Anistia

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Mestrado e doutorado na UENF

O Programa de Pós-graduação em Sociologia Política disponibilizará neste endereço, à partir do dia 10/10/2008, o edital de seleção para o mestrado e o doutorado 2009.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

"O passado já ficou pra trás"(?)

Assim diz o jingle da candidatura do PMDB à prefeitura de Campos dos Goytacazes. E é também idéia recorrente nos discursos de outras candidaturas no município. Não acredito que seja apenas uma questão semântica, para a rima da campanha... na verdade, essa idéia de descrédito em relação ao passado soa bastante providencial às principais candidaturas.
Ouço muito os jovens reclamarem da frustração de ter que utilizar seu primeiro voto nesse processo eleitoral tão desestimulante. Eles revelam o interesse em votar de verdade, num candidato que os representasse. No entanto, não encontram alternativa.
Essa idéia de que o passado ficou pra trás cria, ao mesmo tempo, uma impressão de que as coisas surgem "do nada", que um candidato é aquele que roubou demais, e o outro também pode roubar, mas roubará menos. Que um construiu isso e o outro aquilo. E assim, a discussão vai rumando para um ponto finito, excluindo qualquer outra possibilidade. Nessa matemática simples, quem nunca exerceu um mandato público, de preferência no executivo, não está "preparado". Talvez em outra ocasião possamos pensar um pouco sobre o significado dessa "preparação".
No entanto, o passado não "ficou" pra trás. Ele "está" lá atrás, e seus reflexos aqui conosco. Ele precisa ser revisitado. Porém, esse exercício é perigoso, pelo menos parece ser a preocupação da maioria dos candidatos. Quem quer deixar o passado pra trás quer tirar a capacidade crítica do cidadão, quer a visão momentânea, instantânea. Temo muito pelos desastres que podem ocorrer em nossa cidade nos próximos anos em relação a educação.
O salário do professor no magistério público estadual é de apenas R$ 540,65 (embora alguns achem que é muito, como já mostrei aqui no blog), enquanto que no Acre, é de R$ 1.498,00, um Estado cujo o PIB em 2005 foi de R$ 44,8 bilhões, contra R$ 246,9 bilhões do Rio de Janeiro (IBGE). Comparando-se o PIB do estado e o salário do professor nesses dois casos, vemos que os investimentos em educação são vergonhosos por aqui.
Já o professor da rede municipal em Campos recebe aproximadamente o dobro, porém, as condições de trabalho são péssimas. São comuns as reclamações sobre falta de recursos nas escolas do município: não há biblioteca, xerox (os professores têm que pagar do próprio bolso as cópias), nem matriz pra mimeógrafo, a condição dos prédios é precária, enquanto na rede estadual, pelo menos as escolas que conheço, possuem bons acervos em suas bibliotecas (tanto para os alunos quanto para os professores), recursos multi-mídia, laboratórios de informática, etc. Será que não daria pra associar as duas coisas? É tenebroso o futuro que vislumbro daqui.


(clique na imagem abaixo para ampliar)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Nada de educação

No debate organizado pela TV Record, que foi ao ar nesta noite de domingo (28/09), os candidatos a prefeito de Campos jogaram palavras no vazio. Acusavam-se o tempo inteiro, alguns candidatos já sinalizavam suas intenções de aliança no segundo turno, atacando alguns adversários e poupando outros, muita gente gaguejando e tropelando as palavras, muito roto falando dos esfarrapados. No final das contas, ninguém disse nada. Não há propostas concretas, e alguns projetos são totalmente equivocados, sobretudo os que se referem a educação. Falam nos índices baixos, no plano de cargos e salários, etc, mas tudo muito vazio. E também alguns absurdos, como a criação de ensino técnico profissionalizante no município. eu não entendi nada, acredito que a grande maioria dos eleitores também não. Mas acho que não tem muita gente preocupada com o que dizem os candidatos. É uma pena.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Educar e punir

Matéria instigante a respeito de pesquisa com professores que defendem punições mais severas para os alunos. Veja aqui.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Os candidatos e a educação

No seminário realizado pela UENF, o magnífico reitor Prof. Almy Júnior enfatizou que não há emprego, saúde, desenvolvimento, sem educação. As candidatas Graciete (PCB) e Odete (PCdoB) têm como principal bandeira a educação. Em compensação, a Rosinha, que não esteve presente no debate mas enviou como representante o jornalista e agora professor de filosofia da rede estadual de ensino, Avelino Ferreira, parece defender a idéia de que quanto mais educado o povo, pior. Ressaltou ainda que considera o seu salário como professor estadual muito bom, para o pouco que se trabalha.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Sobre relações homoparentais e coisas afins...

II SEMINÁRIO (DES)IGUALDADE DE GÊNERO:A HOMOSSEXUALIDADE EM FOCO
Data: 17/09/08
Horário:14 horas
Local: Auditório do Hospital Veterinário da UENF
Programação:
14:00- Abertura do Seminário: Palestra “Rio Sem Homofobia” proferida pelo Superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro – Sr. Cláudio Nascimento
15:00- Mesa Redonda: “Homossexualidade: novas abordagens de uma velha questão” – Profª Dra. Marinete dos Santos Silva (Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política – UENF)
"O médico, o padre e o jornalista: mídia, justiça e homofobia em Campos dos Goytacazes" – Fábio Bila (mestrando do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política – UENF)
"O movimento LGBT e a luta pelo reconhecimento da família homoparental" – Daniela Bogado Bastos de Oliveira (doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política – UENF)
"Homossexualidade e Instituição Prisional" – Profª Beatriz Bogado (FDC)

Vestibular específico UENF - 2009

A UENF realizará vestibular específico para os cursos de Agronomia, Zootecnia e Licenciatura em Pedagogia. Maiores informações, aqui.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Seminário: Política, Eleições e Soluções para Campos dos Goytacazes

Realização: Coordenação CISO/CCH; Apoio: Reitoria da UENF-DR, Direção do CCH, PPG em Soc. Pol., C.A.CISO; Coordenação: Hamilton Garcia; Organização&Divulgação: Coordenação CISO/CCH e ASCOM.

Objetivo: discutir a situação atual de Campos e propor políticas, visando o desenvolvimento local sustentável, a serem apresentadas aos eleitos em 2008.

Local do Seminário: Auditório do Hospital Veterinário, no Campus da UENF.

1ª Mesa (10/9, 4ªf) - Dinâmica Política e Sociedade:
Sessão única (9h-12h)-> Adilson Sarmet (ex-Vice-Prefeito), Denise Terra (CEPECAM), Fábio Siqueira (sindicalista), Hamilton Garcia (UENF), Roberto Henriques (Vice-Prefeito).

2ª Mesa (18/9, 5ªf) - Sociedade e Políticas Públicas:
1ª sessão (9h-12h)-> Agricultura (Frederico Veiga [Cooplanta] e Fábio Coelho [UENF], Controle Social (Roberto Moraes, CEFET), Desenvolvimento (Conrado Aguiar [PMCG] e José Viana [UFF], Sustentabilidade Sócio-Econômica (Aílton Mota, UENF).
2ª sessão (14h-18h)-> C&T (Almy Carvalho, UENF), Controle Social (Luís Aguiar, FRC-CECOP), Educação (Luciano D'Angelo, UCAM), Sustentabilidade Ecológica (Arthur Soffiati, UFF), Sustentabilidade Econômica (Geraldo Coutinho, FIRJAN);Debatedores convidados-> Hélio Anomal (PT), Graciete Ramos (PCB), Odete Rocha (PCdoB), Paulo Feijó (PSDB), Rosinha Garotinho (PMDB).

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

"Nenhuma semelhança é mera coincidência"

Foto: Cesar Ferreira

Venha se divertir com uma história que é a cara de Campos. São mais de dez personagens: Genecilda, a vigarista - Edmundo, o corno convertido - Mimi, a reacionária - Eridméia, a solitária do Capão.... entre outros.

Texto de Eugênio Soares.
Direção de Fernando Rossi.
Elenco: Luti, Pedro Fagundes, Fabrício Simões, Alexandre Ferram, Elias Nascimento.
Arte de Wellington Cordeiro.
Iluminação de Ledo Ivo Reis.
Ambientação musical de Rodrigo Rosseline.

Em cartaz nos dias 11, 12, 13 e 14, sempre as 21horas, no Teatro de Bolso.

Valor do ingresso - Meia Entrada: R$ 10,00 (artistas, estudantes, professores, funcionários públicos, idosos, portadores de deficiência, quem tiver uma filipeta, casais, quem chegar vinte minutos antes e quem conhecer alguém que esteja envolvido com o espetáculo).
Entrada inteira: R$ 20,00
Vale a pena conferir!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Visitando o Arquivo Público


As turmas 1001 e 3002 do Colégio Estadual José do Patrocínio em visita ao Arquivo Público Municipal no dia 03/09/2008.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Amoxilina

A nova droga dos professores é amoxilina, pois sem ela não conseguimos mais viver. Outono, tempo seco, fluigem de nossas usinas de açúcar que não respeitam nenhum controle ambiental (se é que isso existe por aqui), volume de carros cada vez maior nas ruas, cigarros e mais cigarros (porque senão ninguém segura esse rojão, como diria Chico Buarque), cafezinhos, água... nosso coquetel explosivo. Turmas cheias, saco cheio (nós e os alunos), pressão de todos os lados (pais, coordenação, direção, etc...), conteúdos que precisam ser trabalhados pois o vestibular está aí (e ninguém está nem aí.. rsrs). Enfim, o saldo disso é rouquidão, garganta inflamada, febre, dor de ouvido, corpo cansado. E pra não deixar que a profissão vire sacerdócio, temos nossa vida, família, estudos, amigos...
E assim vamos rompendo o semestre.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

ENADE - 2007

O Ministério da Educação (MEC) acaba de divulgar os conceitos preliminares obtidos pelas Instituições de Ensino Superior (IES) em todo o Brasil, nas áreas de agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, tecnologia em radiologia, tecnologia em agroindústria, terapia ocupacional e zootecnia, no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE).
Foram avaliados 3.248 cursos em todo o país, cujos conceitos vão de 1 a 5, sendo satisfatórios os resultados à partir de 3. No estado do Rio de Janeiro, os maiores destaques são a UFRJ, com três conceitos 5 (fisioterapia, fonoaudiologia e medicina), e a UENF, obtendo a nota máxima no curso de zootecnia. Foram as únicas notas máximas entre as IES fluminenses.
Em Campos, os resultados foram satisfatórios. A maioria das instituições avaliadas obteve o conceito 3, além da UENF citada anteriormente. Segue abaixo tabela com os resultados em Campos (clique na imagem para ampliar):
Entre as que obtiveram o pior resultado no estado do Rio, apenas uma é de Campos, o curso de Odontologia da UNIFLU, com o conceito 2. Todas as demais fluminenses que que obtiveram resultados abaixo do satisfatório são IES privadas, com a exceção da UFF, com conceito 2 em nutrição e serviço ocial (Niterói), como se pode observar na tabela abaixo (clique na tabela para ampliar):

É fundamental para aqueles que vão prestar vestibular e escolher suas carreiras, a análise desses dados divulgados pelo Ministério da Educação, para uma escolha mais criteriosa. Maiores informações, visite o site do MEC: http://www.mec.gov.br




terça-feira, 17 de junho de 2008

8ª Mostra de Pós-graduação e 13º Encontro de Iniciação Científica

A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro convida toda a comunidade universitária a participar do 13º Encontro de Iniciação Científica e 8ª Mostra de Pós-Graduação que será realizado nos dias 17 a 19 de junho de 2008, no Centro de Convenções da UENF. Na programação estão previstas palestras, mesas-redondas, mesas de discussão apresentações orais e de pôsteres.
Este ano, o tema será “A vinda da família Real para o Brasil e seus impactos no ensino e pesquisa”.

Maiores informações, no site do evento.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Professores: Entre Saberes e Práticas*

É muito comum ouvir queixas de professores, do tipo: “essa turma é complicada, ninguém quer nada!”; “não sei o que fazer, ninguém se interessa, os alunos respondem com estupidez, nos tratam como seus empregados”. No final do bimestre, na hora da entrega dos resultados, é aquele festival de notas vermelhas e surge um outro discurso: “Eu dei os conteúdos, mas eles não aprenderam, fazer o quê? Não se comportaram, agora está aí o resultado.” Sem dúvida, estamos diante de um problema que é mais complexo do que parece: As teorias de moda, as “pedagogias” neoliberais de auto-ajuda afirmativa dos diretores e coordenadores de escolas, a família dos alunos, geralmente, colocam a culpa nos professores. Afinal de contas de 35 alunos apenas 5 conseguirem nota azul, é sinal de que o professor não ensinou direito. Os professores, por sua vez, defendem que dão suas aulas, transmitem os conteúdos, mas não encontram apoio nas instituições em que trabalham, as famílias não acompanham o estudo dos alunos, e estes, por sua vez, não querem estudar, e não valorizam o conhecimento.

A complexidade deste tema passa por alguns aspectos que, muitas vezes, passam desapercebidos, e têm a ver com a própria característica da educação, de ser algo tão presente em nossas vidas, desde a infância, que acaba se naturalizando. Outro aspecto importante é a formação dos professores e a sua relação com os saberes que ensinam.

A escola se apresenta como instituição aberta, democrática, e a profissão docente acaba sendo terreno onde todos podem pisar. Todos opinam sobre como o professor deve agir, como deve ministrar suas aulas, avaliar, e de uma forma bastante invasiva, como não ousam fazer com o médico, o dentista, o advogado, o empresário, e até mesmo com aqueles que deveriam opinar de forma mais incisiva, como por exemplo os vereadores ou o prefeito. Todos acham que sabem como é ser professor, porque todos foram alunos. Aliás, ainda é comum ver engenheiros ensinando matemática, médicos ensinando biologia, advogados ensinando história.

Ainda hoje vivemos a predominância do paradigma da racionalidade técnica na formação inicial de professores, que se caracteriza por um conjunto de saberes e práticas que precisam ser observadas e reproduzidas ou aplicadas. Neste modelo o professor se apresenta como um instrumento de reprodução de saberes, um facilitador de conhecimentos científicos sagrados que não podem, em hipótese alguma, ser maculados. Dessa forma é negada a subjetividade do professor. A escola seria, para ele, o lugar da transmissão, e o livro didático, na maioria das vezes, a principal, senão a única fonte historiográfica utilizada por professores e alunos. Por isso se faz urgente uma maior reflexão, por parte dos professores, sobre a sua relação com os seus saberes e os saberes que ensinam.

Durante muito tempo a formação inicial de professores na escola normal, baseada neste paradigma tecnicista, incorporou vários símbolos do regime militar, como o uniforme com um galão no ombro indicando a série da normalista, o hino (que nunca poderia ser desrespeitado com manifestações como aplausos, por exemplo), a bandeira, a disciplina nos desfiles com trajes de gala, tudo isso mesmo depois do fim da ditadura, na década de 1980. As professorandas aprendiam como se portar, como apagar o quadro adequadamente (deslizando o apagador sempre em sentido vertical, nunca horizontal), e uma série de outras regras que deveriam ser seguidas e aplicadas criteriosamente.

Como reagir então ao fato de, mesmo tendo aplicado todas as técnicas de transmissão do conhecimento acadêmico, com total competência, o aluno não consegue realizar uma boa prova? Muitas vezes os professores não conseguem responder a esta pergunta de outra forma senão aquelas citadas no início deste texto.

Diante desta complexidade, é fundamental que haja, por parte dos cursos de formação de professores, das administrações escolares e, principalmente, do próprio professor, que é necessária a tomada de consciência de que o professor é um profissional intelectual, que vai além de um mero reprodutor de conteúdos externos e que, no interior da escola, na sua prática docente, com sua bagagem cultural (livros, filmes, músicas, debates...), também é produtor de conhecimento. Assumir esta postura resolve em parte os problemas que o afligem, pois fortalece a sua profissionalização, transforma a sua prática cotidiana com os alunos em algo significativo, tornando os próprios conteúdos ensinados significantes e, conseqüentemente, apreensíveis.

Não estamos falando, portanto de culpados ou de vítimas, mas da necessidade de uma maior reflexão sobre nossos saberes e práticas.


* Título de um artigo da professora Ana Maria Monteiro, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


Para saber mais:

ANDRADE, Everardo Paiva de. Mais História e Ainda Mais Docência: Por uma epistemologia da prática docente no ensino de história. Campos dos Goytacazes, RJ. Ed. FAFIC – Faculdade de Filosofia de Campos, 2002;

__________________. Um Trem Rumo às Estrelas: A Oficina de Formação Docente Para o Ensino de História (O Curso de História da FAFIC). Tese de Doutorado defendida no programa de pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense. 2006; disponível em: http://www.bdtd.ndc.uff.br/tde_arquivos/2/TDE-2007-11-27T131835Z-1111/Publico/Tese-Everardo%20Andrade.pdf

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. (Col. Docência em Formação). São Paulo, Cortez, 2004

KARNAL, L. (Org.). História na sala de aula - Conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2003. v. 1. 216 p.

MONTEIRO, Ana Maria Ferreira da Costa. Professores de História: entre saberes e práticas. Rio de Janeiro, Edito ra Mauad, 2007;

___________________. A história ensinada: saber escolar e saberes docentes em narrativas da história escolar. Disponível em: http://www.anpuh.uepg.br/xxiii-simposio/anais/textos/ANA%20MARIA%20MONTEIRO.pdf

domingo, 27 de abril de 2008

Viemos para confundir

Gileno Azeredo em protesto

Eu, segurando a faixa e prestando a atenção no prestador de serviços da prefeitura que não entendia o que estava acontecendo.

Como já dizia o velho guerreiro, nós viemos, pelo visto, para confundir. Nossa manifestação, atípica, nesta última manhã de sábado, deu mesmo o que falar.
Os passantes, confusos, às vezes nos apoiavam pensando sermos partidários de uma coisa e, quando liam a faixa viam que estamos em outra. Em outra que muitos deles não compreendem, outros, ainda, como ofi o caso de muitos comerciários que, depois de se alinharem em frente as lojas, deterem-se por alguns segundos lendo as faixas de protesto, construindo expressões de confusão no rosto, com a testa franzida por alguns segundos, logo se davam conta da novidade e aplaudiam, dizendo: "muito bem, é isso mesmo!".
No final das contas, bem que entenderam do que se tratava. Talvez de algo que esteja há tempos no íntimo de vários cidadãos e que, de alguma forma, soterrados por tantos anos de tradição paternalista, não conseguem vislumbrar e muito menos externar.
Professores, jornalistas, estudantes... Alguns, receosos, arriscaram observando de longe, outros, mesmo correndo o risco de perder seus empregos, pois criticávamos também seus patrões, estavam lá, na maior garra e disposição.
Quando os gritos de "Fora Mocaiber, fora Garotinho, fora Arnaldo, queremos outro caminho", ecoavam por aquelas ruazinhas estreitas daquele Centro centenário, era de se emocionar. Com suas pedras portuguesas e fachadas históricas que, num passado remoto, já assistiram tanto vigor político das mesmas classes, dos mesmos profissionais liberais que tanto lutaram, com grande brilho e destaque, e agora são acusados de apoiar a corrupção, como na coluna Painel Diário, do jornal "O Diário".
Essa tentativa de confundir as pessoas talvez não seja bem-sucedida. Aliás, demonstra espanto e surpresa por uma manifestação dessa natureza ter sido bem sucedida. Estão acostumados a lotar ônibus para eventos, estes sim, circenses, e quando se deparam com movimentos espontâneos como esse, vinculados pela internet, pelo boca-a-boca, sem a necessidade de grandes veículos, se assustam. Tanto que, sabendo de nossa manifestação, colocaram trios elétricos no mesmo local, os dois personagens que são criticadas por nós.
Somos apenas profissionais liberais, e antes de tudo, cidadãos indignados exercendo nosso direito de manifestação. Gosto de saber que fomos observados, não só pelas feras, mas sobretudo por outros cidadãos, que talvez não sejam tão incautos assim.
Com essa acho que eles não contavam, e devem estar se perguntando agora: O que vem por aí?
Estamos diante de um "vazio de poder", ou então de um congestionamento deste. Não importa. O certo é que este é um momento muito oportuno para propugnarmos por uma outra alternativa, por ou novo caminho, que se mostra cada vez mais viável.
Boa semana a todos.

Segue matéria do O Diário, pois não consegui copiar o link específico.

Campos, - 27/04/2008:

"Painel Diário

Da Redação

Ontem teve marmelada...
Se na canção popular existe a pergunta “Mas o palhaço, o que é?”, em Campos, diante do circo armado, a resposta deveria ser “ladrão do dinheiro público do município”. O espetáculo realmente ganhou as ruas para defender corruptos, homens públicos acusados de desvio de verbas, enriquecimento ilícito e sonegadores de impostos. Mas quem tem bens bloqueados pela Justiça e volta ao poder, só deixa claro que o crime compensa... em Campos.

Lamentável



Temos apenas que lamentar, um município como Campos possuir profissionais que se prestam ao papel de ganhar as ruas para defender a corrupção escancarada instalada na prefeitura municipal. Palhaçada, com certeza, jornalistas sérios se intitularem juízes, quando deveriam zelar pela verdade."

"Em alta

Manifestações contra políticos corruptos que retornam ao poder.

Em baixa

Profissionais liberais defenderem políticos acusados de roubo."


sexta-feira, 25 de abril de 2008

Chega de Palhaçada

Ia eu chegando hoje a escola, pensando nas aulas que daria, de que forma eu poderia, ou não poderia, falar de uma manifestação pública, de cidadãos livres, numa praça pública (espaço político por excelência), quando me aproximo dos porteiros e ouço a conversa a respeito da recondução do prefeito afastado ao cargo. Diziam:
- É um absurdo. Ele voltou né, professor?
- Pois é, professor, se a gente tá com nome no SERASA, a gente não pode nem comprar nada... que dirá ser prefeito... ele tá com os bens retidos pela justiça mas está na prefeitura, é uma vergonha.
- É, estamos indignados.
Pensei: Esta é a hora então de convidá-los para a manifestação. O problema era que a aula iria começar em 10 minutos e eu deveria levar um certo tempo explicando a natureza do evento, bater um papo, recordar o histórico político da cidade nos últimos 20 anos, etc... Decidi começar assim mesmo.
- Bom, já que o assunto é esse, e vocês estão indignados, vai haver amanhã uma manifesta...
- Ah, já estamos sabendo! É na praça né? Tem que fazer isso mesmo! Tem que fazer também no fórum, porque é um absurdo um cara desses voltar pra prefeitura!
Pois bem. Fiquei impressionado com o poder que pode alcançar uma manifestação dessa natureza, divulgada por meios alternativos, ganhando os jornais em alguns dias e, em menos de uma semana estar circulando pela cidade.
Chegando à sala de aula, os alunos perguntam:
- Professor, e a parada da manifestação, vai ter mesmo? Pô, tem que zuar essa parada mesmo! Minha mãe tá animada, ela é professora também, já espalhou pelo prédio inteiro, colou aquela parada que tava na internet até no corredor lá do prédio! Até na loja que a gente foi, no Shopping, ela convidou o carinha lá, que tava vendendo, pra participar da parada!
Desse modo então, expliquei do que se tratava, em cinco minutos, e, em seguida, iniciei a aula sobre a crise do colonialismo e o processo de independência do Brasil.
Na hora do intervalo, uma professora, de química, tinha o jornal "O Diário" nas mãos e me mostrava:
- Olha, que absurdo! Que justiça é essa que nós temos?
Tomei-lhe o jornal emprestado e lá estava, no Caderno D, e não no caderno de política, a logomarca da manifestação e um box consideravelmente grande, contendo uma mistura do texto do jornal com o texto convocatório do evento.
Pois é, agora temos uma manifestação na rua.
Vamos ver no que dá.
Amanhã teremos a cobertura aqui.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

As eleições de 1930 em Campos dos Goytacazes

Os desentendimentos entre mineiros e paulistas tornaram-se evidentes na sucessão presidencial de 1930, a partir do lançamento da candidatura de Júlio Prestes pelo então presidente Washington Luís, traindo, desta forma, o pacto do café-com-leite, quando deveria trabalhar a eleição de um mineiro para a presidência da república. Esta atitude acabou por unir mineiros a gaúchos e paraibanos na formação da Aliança Liberal, lançando a candidatura de Getúlio Vargas à presidência da república e como vice, João Pessoa, presidente da Paraíba, representando assim a união das forças políticas de diversas partes do país contra a permanência da política do café-com-leite.
A Aliança Liberal, além de buscar uma reforma política a fim de moralizar o processo eleitoral, “refletia as aspirações das classes dominantes regionais não associadas ao núcleo cafeeiro e tinha por objetivo sensibilizar a classe média. Defendia a necessidade de incentivar a produção nacional em geral e não apenas o café” (FAUSTO, 2001).
Em Campos, além dos setores governistas do Partido Republicano Fluminense (PRF) e da força oposicionista do “nilismo” (facção do PRF formada pelos seguidores da política de Nilo Peçanha), havia também o Partido Municipal (PM) e uma corrente política, que girava em torno dos interesses de alguns usineiros, denominada “guaranismo”, uma derivação do nome de Luís Guaraná, líder político local e dono de uma das maiores usinas do município.
Em primeiro de janeiro de 1930 tomavam posse a nova Câmara Municipal e o novo prefeito, Dr. Luis Sobral, substituindo o Dr. Pereira Nunes na administração do município. A eleição dos postos na câmara definiu como seu presidente o Dr. Américo Vianna, como vice-presidente o Dr. Renato Nunes Machado e como secretário o usineiro Tarcísio de Almeida Miranda, todos membros de destaque nos quadros do PRF. Entre os vereadores da oposição, composta pelo nilismo, pelo municipalismo e pelo guaranismo, coube apenas a Comissão de Higiene e Saúde Pública ao jovem médico nilista Dr. Oswaldo Cardoso de Mello.
Em 12 de janeiro de 1930, a Folha do Commercio noticiava em detalhes a visita do presidente do estado do Rio, Manuel Duarte, a Campos, para a inauguração das novas instalações do Automóvel Club Fluminense, inclusive os jantares e recepções dos quais participou.
No dia seguinte o mesmo jornal publicou uma matéria de desagravo a esta visita, dizendo que, nos seus dois anos de governo o presidente nada fez por Campos, enquanto os problemas da luz e dos bondes continuavam latentes. Segundo o articulista Octacílio Ramalho, a política fluminense andava perdida, havia descrença nos arraiais governistas, enquanto que, na prefeitura, o governo do Sr. Sobral era um verdadeiro desastre. E mais: “Nilo Peçanha, Raul Oliveira, Feliciano Sodré vieram a Campos cada qual inaugurar serviços reais que nos prestaram nas suas administrações. O Sr. Duarte vem ‘papar’ festas que não lhe foram destinadas. Nem podiam ser. Um homem de coragem”.
Neste momento, explodiu um escândalo na prefeitura de Campos. Um funcionário municipal procurou a Folha do Commercio para denunciar o prefeito, acusando-o de obrigar o funcionalismo a se filiar ao PM, com o apoio do secretário Domingos Guimarães, que tinha por profissão de fé o guaranismo. O funcionário acrescentou ainda que foi agredido fisicamente pelo prefeito e seu secretário, o que acabou caindo nos braços da oposição, que prontamente promoveu um grande comício no Largo do Rosário contra a atitude do prefeito, onde falaram os vereadores nilistas Carlos Fonseca e Cardoso de Mello, encaminhando-se o povo para a redação do jornal O Dia, de onde falou seu proprietário César Tinoco, que classificou o prefeito como um “ídolo que tomba”[1]. Em seguida a caravana rumou para a sede da Folha do Commercio, depois para A Notícia, onde não houve a participação de nenhum de seus representantes e, de volta à redação d’O Dia, falou o Dr. Cardoso de Mello finalizando assim o ato e pedindo a todos que debandassem em ordem.

Podemos notar a importância que os jornais tinham naquele momento. As manifestações políticas geralmente ocorriam em frente às suas sedes ao invés dos prédios do legislativo, por exemplo, e do alto das sacadas dos jornais, discursavam os jornalistas e demais forças políticas.

Em 30 de janeiro de 1930 foi convocada uma audiência na Câmara Municipal para a organização das mesas eleitorais, e também para investigar uma série de listas com assinaturas suspeitas, indicando nomes de mesários para o pleito. Após 24 horas de análises, os peritos apresentaram alguns resultados alarmantes, como por exemplo, o caso do eleitor José Lopes de Oliveira e Souza, que aparecia indicado, sob o nº 81 como mesário para a 3ª seção, quando isto não poderia ser verdadeiro, já que este eleitor havia mudado seu nome para José Lopes de Oliveira Lyrio, e a assinatura apresentada não tinha a sua letra. Ou então o caso do eleitor

ESTÊVÃO ARMONDE, que não pode ser o mesmo eleitor alistado Estevam Armond, ora residente em Itaperuna, onde exerce as funções de Escrivão da Collectoria Federal, o que deixa evidente o propósito de falsificação argüida, porquanto não é possível admittir-se que esse eleitor que aqui foi jornalista, não saiba escrever seu próprio nome[2].

O jornalista Octacílio Ramalho atribuiu a fraude aos guaranistas que, “assanhados com o malabarismo do seu chefe junto aos próceres da política federal, [acabam por deixar] à mostra a calva dessa gente que quer fingir prestígio eleitoral através da fraude mais deslavada que se póde conceber”[3].
Aproximava-se a data das eleições de 1º de março, e os candidatos que se apresentavam como favoritos no 2º distrito eleitoral do estado (região de Campos), segundo a Folha, eram o Dr. Thiers Cardoso, pelo PRF, ex-deputado estadual com várias legislaturas, e o Dr. João Guimarães, apresentando-se inicialmente como deputado “extra-chapas”, ex-deputado Federal, responsável pela construção do edifício dos Correios e Telégrafos.
Enquanto isso surgia na imprensa a promessa do governo estadual de mais três novos bondes para a cidade, ainda antes do carnaval, enquanto, a 25 de fevereiro reuniam-se as lideranças locais do PRF, a fim de acertar os últimos preparativos para as eleições. Presidida por Américo Vianna, presidente da Câmara Municipal, e Álvaro Neves, proprietário de A Gazeta, a reunião tinha o objetivo de fechar, de forma coesa, os esforços em torno da candidatura Júlio Prestes – Vital Soares. Compuseram a mesa o deputado Thiers Cardoso, Pereira Nunes, ex-prefeito, Attilano Chrysostomo de Oliveira, proprietário da usina Mineiros, Amaro de Carvalho, presidente da Associação Comercial e o dr. Jayme Landim, deputado estadual. Além destes estavam presentes os chefes políticos de 16 juntas distritais do município, entre eles o capitão Joaquim Ramos, chefe político do 7º distrito, que em nome das juntas ali representadas, proferiu o seguinte discurso:

Responsáveis que somos pela direcção da política situacionista nos districtos ruraes deste município, aproveitamos a opportunidade desta reunião para significar, de público, o nosso apoio a orientação que ao P.R.F. local vêm imprimindo os drs. Álvaro Neves, Pereira Nunes e Américo Vianna, com a collaboração efficiente do illustre deputado Thiers Cardoso, tendo por objectivo assegurar nas urnas livres, no pleito de 1º de março próximo, a victoria dos candidatos pela Comissão Executiva do P.R.F. recomendados aos suffragios eleitoraes.[4]

Das juntas distritais em que era dividido o município, apenas duas (a primeira e a segunda), localizavam-se na cidade. As demais se espalhavam por sua vasta zona rural, e eram controladas, cada qual pelo seu “chefe político”, ou seja, o seu coronel, que cuidava em arrebanhar o maior número possível de eleitores, de acordo com as orientações recebidas da Comissão Executiva do Partido Republicano Fluminense. Porém, em 1930, havia um certo temor de que algo fugisse ao controle do partido, tanto que, na circular enviada pelo presidente do estado e do PRF, Manoel Duarte, havia o apelo a todos os correligionários para que

se esforcem quanto puderem, por si mesmo e junto de seus companheiros, no sentido de obterem o máximo comparecimento de eleitores às urnas. NÃO SE PODE PERDER UM VOTO. É o prestígio do Partido que está em jogo para darmos uma irrefutável demonstração da nossa pujança política em cada município.
Estamos certos do ardor partidário do prezado amigo, e ficamos seguros de que o pleito próximo será grandemente concorrido, proporcionando significativa victoria aos nossos candidatos.
A CHAPA E SÓ A CHAPA DEVERÁ SER VOTADA. UM VOTO DESVIADO SERÁ UM VOTO CONTRA.
No Partido Republicano Fluminense se confia que cada correligionário cumprirá, lealmente, o seu dever, para a grandeza do Partido e segurança das situações locaes. Saudações. — MANOEL DUARTE.[5]

Em 1º de março de 1930 realizaram-se, então, as eleições federais, tendo ocorrido em Campos de forma pacífica, ao contrário do que se noticiava sobre o pleito em outras regiões do país, onde foram constantes os choques sangrentos entre as facções rivais que disputavam a vitória nas urnas. Nenhum episódio de violência foi registrado no segundo distrito eleitoral do estado do Rio de Janeiro.
Publicados na Folha do Commercio em 14 de março, os resultados finais das eleições confirmaram, no estado do Rio, a vitória da chapa Júlio Prestes – Vital Soares. No tocante às vagas da câmara federal, os seis candidatos mais votados foram eleitos pelo 2º distrito, figurando entre os dez primeiros sete representantes desta região, sendo João Guimarães, da Aliança Liberal, o candidato com o maior número de votos do pleito, seguido por Thiers Cardoso e Arnaldo Tavares, ambos do PRF. Outro dado relevante foi o desempenho eleitoral do candidato Luís Guaraná, que obteve 19.812 votos, tornando-se entre os candidatos “avulsos”, o que alcançou maior número de votos, garantindo assim o nono lugar em todo território fluminense.

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O gráfico a seguir demonstra os resultados percentuais atingidos pelos partidos nos três distritos fluminenses, sendo possível observar, além da significativa vantagem do PRF em todos os distritos, que o melhor desempenho, tanto do PRF quanto da Aliança Liberal, ocorreu no 2º distrito, que abrangia o município de Campos.

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Eram comuns, durante a primeira república, questões envolvendo violência e fraudes eleitorais através do fenômeno conhecido por “voto de cabresto”, típico da estrutura coronelista que predominava na organização política brasileira. Nas eleições de 1º de março no município de Campos, afora o clima de tranqüilidade em que transcorreu, o desaparecimento do livro de notas onde deveriam ser transcritas as atas eleitorais do cartório da 11ª junta distrital impediu a realização do pleito neste local, fato que desencadeou suspeitas de fraudes envolvendo o nome do candidato Luis Guaraná, ocupando as páginas do noticiário da cidade num período posterior às eleições. De acordo com os depoimentos colhidos pelo chefe de polícia, o coronel Galeno Camargo, o escrivão Manoel de Abreu Sobrinho desapareceu com o livro após ter votado, junto com outros eleitores do 11º distrito, na 4ª seção eleitoral, aparecendo seis dias depois, na companhia de Luís Guaraná e Valério Barroso, sendo forçado por ambos a registrar no tal livro do cartório os resultados de uma suposta eleição, forjada na Usina Cupim. Porém, diante das proporções tomadas pelo caso, Manoel de Abreu Sobrinho tornou a desaparecer com o livro, revelando os boatos de que este se hospedou na casa de uma irmã de Luis Guaraná, no Rio de Janeiro. Na seqüência dos acontecimentos, os jornais pesquisados não mais apresentaram notícias do caso, no entanto, revelaram a possível continuidade das manobras políticas que marcaram o cenário eleitoral da primeira república.
O resultado das eleições no município puderam mostrar parte das forças que operavam os quadros políticos na região. Embora o sr. João Guimarães, candidato da Aliança Liberal, através de sua expressiva votação, pudesse representar, aparentemente, uma renovação dentro dos quadros conservadores da política fluminense, a sua vitória não chegava a incomodar os representantes do situacionismo no estado, que chegaram inclusive a indicar o seu nome na propaganda política do partido. Os campistas, saudosos de um tempo em que os nilistas ocupavam a direção do partido, depositaram na figura do dr. Guimarães as expectativas de mudanças na política federal que trariam os tão esperados investimentos capazes de tirar o município da situação de abandono em que se encontrava. Da mesma forma, sua eleição mostrou a tolerância do PRF no sentido de ter sido o próprio partido, responsável em parte, por seu sucesso nas eleições, já que sendo o nilismo uma dissidência do Partido Republicano Fluminense, e havendo severas críticas por parte de seus setores mais progressistas à figura do então presidente do estado Manoel Duarte, seu nome aparecia também como uma alternativa viável. No entanto essa reaproximação com o situacionismo decepcionou aqueles que acreditavam na política oposicionista levantada por Nilo Peçanha.
Por fim, Luis Guaraná, o outro candidato que, de certa forma, poderia incorporar as tendências de oposição, tendo inclusive se lançado nas eleições como candidato sem legenda, avulso, tornara-se alvo de profundas críticas dos setores progressistas da sociedade campista, principalmente depois de suas manobras em relação à política municipal junto ao então prefeito Luiz Sobral, quando reorganizaram o Partido Municipal, e também devido ao seu envolvimento em fraudes na composição das mesas eleitorais, bem como no resultado das eleições. Sendo assim, o quadro final das eleições de 1930 criou no município de Campos uma aura de descrença quanto às possibilidades de melhores dias.
Diante desse “vazio de poder”, fundamentava-se um terreno fértil para o surgimento de outras alternativas políticas, capazes de satisfazer os anseios de modernização das instituições.




[1] GRAVÍSSIMAS Ocorrências na prefeitura. Folha do Commercio, Campos, 24 de jan. 1930.

[2] FRACASSOU o assalto dos falsificadores às mezas eleitoraes. Folha do Commercio, Campos dos Goytacazes, 01 de fev. 1930. Momento Político.

[3] RAMALHO, Octacílio. TIRO pela culatra. Folha do Commercio, Campos dos Goytacazes, 2 de fev. 1930.

[4] O PLEITO de 1º de março. Folha do Commercio, Campos, 26 de fev. 1930.

[5] Id. Ibid.


Chega de Palhaçada - Convocação!

sábado, 19 de abril de 2008


Blogueiros, artistas, jornalistas, estudantes, professores e vários outros cidadãos indignados, de qualquer categoria profissional, vão realizar no próximo sábado, 26, às 10h, uma manifestação popular no Calçadão de Campos, com concentração no Largo da Imprensa, para mostrar que nem todo campista está inerte diante do descalabro político que se abateu sobre a cidade.É uma chance de mostrar que ainda existe cidadania em Campos.

Uma oportunidade de gritar um “Chega de Palhaçada!”, e convidar os campistas de bem a pressionarem por algo de novo na política.A iniciativa não tem qualquer relação com partidos ou entidades, e pretende apenas ser um gesto espontâneo de indignação.

A sugestão é a de que cada um se vista de preto e utilize nariz e peruca de palhaço. Mas cada um pode e deve participar do jeito que quiser. E levar câmeras digitais para fazer a cobertura alternativa e publicar nos blogs, fotologs e portais de vídeo.

Apitos também são bem-vindos.Espalhe esta convocação por todos os meios que estiver ao seu alcance e participe. Vamos mostrar que não estamos condenados a manter este cenário sombrio que se formou na cidade.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Outros Campos

Outros Campos é uma iniciativa louvável de cientistas sociais, pesquisadores oriundos da UENF, para tratar de questões referentes à realidade regional! A Campos original agradece...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Mês 4

Olá!
Passou o primeiro de abril, seu pai caiu e sua mãe não viu.
Pois é.
Vou escrever isso aqui pra abrir o mês. Este que já começa a ser complicadinho... quando começamos a ficar mais atarefados... já começam a aparecer as provinhas pra corrigir, os resultados... passa o encantamento dos primeiros contatos com os alunos, as divergências metodológicas, com os colegas (será que eles sabem o que é isso?)... conflitos vêm à tona...
E o ano ainda está no início.
Vamos lá.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Proibido estacionar bicicletas

Rodoviária Roberto Silveira, um inferno!
Esperando um ônibus outro dia, me deparei com a seguinte cena:
Tinham mais umas três na mesma cerca.
E pior foi que, na hora em que me viu fazendo a foto, um fiscal da EMUT que estava de pé próximo ao ponto, saiu correndo com medo de eu ser da imprensa.
Pode?

segunda-feira, 24 de março de 2008

Parabéns, Rodrigo!



Hoje é dia deste grande amigo, "um camarada virtuoso e extremamente generoso", comemorar mais um ano de jornada! Felicidades, Rosselini!

sexta-feira, 21 de março de 2008

Contribuição para a Rede Blog: O Canhão da Fatia de Queijo

É famosa a "pracinha do canhão", também conhecida como "Fatia de Queijo", em Campos dos Goytacazes. Para alguns, a importância daquela praça está relacionada ao fato de ter abrigado uma das primeiras locadoras de vídeo da cidade, outros trazem memórias de desfiles cívicos em ensolarados setes de setembro, e muitos ainda, já tomaram muitas cervejinhas debaixo daquele canhão estranho, que parece até atrapalhar o espaço das mesas do agitado quiosque, que movimenta a praça.
O que poucos sabem é que aquele canhão se trata mesmo de uma peça bélica, que não disparou tiros exatamente, sobretudo naquela praça, mas defendia o chamado "Setor Leste", nome dado à região de Minas gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, durante a "Revolução de 1930".
A "coluna" liderada pelo Major Gwyer de Azevedo, marchava de Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro, passando primeiro por Miracema, tomando em seguida a cidade de Pádua. Após um combate com as forças do governo, a coluna tomou a cidade de Cambuci. Após ocupar Aperibé, Itaperuna, Itaocara e São Fidélis, preparava-se a ofensiva sobre Campos, marcada para o dia 25 de outubro. No entanto, um dia antes, chegava por telégrafo a notícia de que o presidente Washington Luís estava deposto.

Como símbolo do movimento, foi instalado provisoriamente na "Fatia de Queijo" o canhão utilizado pelas tropas do "Setor Leste", oferecido pelo seu comando, enquanto não se construía um monumento definitivo para se perpetuar a importância do movimento no município.
Como não há claramente uma política de preservação do patrimônio histórico e cultural do município, o bravo canhãozinho permanece ali, esquecido, rodeado por pessoas que desconhecem sua história.

Imagens:
01. Tomada de Cambuci
02. Coluna Gwyer em Campos, na Atual Faculdade de Direito de Campos


Para maiores informações, vale consultar:
TINOCO, Godofredo. Tempo Bom... No Sector Leste. Rio de Janeiro: Jacyntho Ribeiro dos Santos Editor, 1931.
O volume desta obra, utilizado para nossa pesquisa, pertence à biblioteca pessoal de Godofredo Tinoco, pertencente ao acervo da biblioteca da Faculdade de Direito de Campos.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Visitando o dicionário - Parte I

Palavra da semana: FORAGIDO
[Do lat. foras exitu, 'que foi para fora'.]
Adj. S. m.
1. Que ou aquele que anda fora de sua terra; emigrado.
2. Que ou aquele que fugiu, está escondido, errante, para escapar à justiça ou a qualquer perseguição.

Como alguém consegue escapar de uma ação da Polícia Federal onde até mesmo o prefeito do município é apanhado de calça arriada?
PS: Gatuno que se preza conhece bem o telhado em que pisa...