sexta-feira, 21 de março de 2008

Contribuição para a Rede Blog: O Canhão da Fatia de Queijo

É famosa a "pracinha do canhão", também conhecida como "Fatia de Queijo", em Campos dos Goytacazes. Para alguns, a importância daquela praça está relacionada ao fato de ter abrigado uma das primeiras locadoras de vídeo da cidade, outros trazem memórias de desfiles cívicos em ensolarados setes de setembro, e muitos ainda, já tomaram muitas cervejinhas debaixo daquele canhão estranho, que parece até atrapalhar o espaço das mesas do agitado quiosque, que movimenta a praça.
O que poucos sabem é que aquele canhão se trata mesmo de uma peça bélica, que não disparou tiros exatamente, sobretudo naquela praça, mas defendia o chamado "Setor Leste", nome dado à região de Minas gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, durante a "Revolução de 1930".
A "coluna" liderada pelo Major Gwyer de Azevedo, marchava de Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro, passando primeiro por Miracema, tomando em seguida a cidade de Pádua. Após um combate com as forças do governo, a coluna tomou a cidade de Cambuci. Após ocupar Aperibé, Itaperuna, Itaocara e São Fidélis, preparava-se a ofensiva sobre Campos, marcada para o dia 25 de outubro. No entanto, um dia antes, chegava por telégrafo a notícia de que o presidente Washington Luís estava deposto.

Como símbolo do movimento, foi instalado provisoriamente na "Fatia de Queijo" o canhão utilizado pelas tropas do "Setor Leste", oferecido pelo seu comando, enquanto não se construía um monumento definitivo para se perpetuar a importância do movimento no município.
Como não há claramente uma política de preservação do patrimônio histórico e cultural do município, o bravo canhãozinho permanece ali, esquecido, rodeado por pessoas que desconhecem sua história.

Imagens:
01. Tomada de Cambuci
02. Coluna Gwyer em Campos, na Atual Faculdade de Direito de Campos


Para maiores informações, vale consultar:
TINOCO, Godofredo. Tempo Bom... No Sector Leste. Rio de Janeiro: Jacyntho Ribeiro dos Santos Editor, 1931.
O volume desta obra, utilizado para nossa pesquisa, pertence à biblioteca pessoal de Godofredo Tinoco, pertencente ao acervo da biblioteca da Faculdade de Direito de Campos.

Um comentário:

Vitor Menezes disse...

Bacana a contribuição! Abs!