domingo, 27 de abril de 2008

Viemos para confundir

Gileno Azeredo em protesto

Eu, segurando a faixa e prestando a atenção no prestador de serviços da prefeitura que não entendia o que estava acontecendo.

Como já dizia o velho guerreiro, nós viemos, pelo visto, para confundir. Nossa manifestação, atípica, nesta última manhã de sábado, deu mesmo o que falar.
Os passantes, confusos, às vezes nos apoiavam pensando sermos partidários de uma coisa e, quando liam a faixa viam que estamos em outra. Em outra que muitos deles não compreendem, outros, ainda, como ofi o caso de muitos comerciários que, depois de se alinharem em frente as lojas, deterem-se por alguns segundos lendo as faixas de protesto, construindo expressões de confusão no rosto, com a testa franzida por alguns segundos, logo se davam conta da novidade e aplaudiam, dizendo: "muito bem, é isso mesmo!".
No final das contas, bem que entenderam do que se tratava. Talvez de algo que esteja há tempos no íntimo de vários cidadãos e que, de alguma forma, soterrados por tantos anos de tradição paternalista, não conseguem vislumbrar e muito menos externar.
Professores, jornalistas, estudantes... Alguns, receosos, arriscaram observando de longe, outros, mesmo correndo o risco de perder seus empregos, pois criticávamos também seus patrões, estavam lá, na maior garra e disposição.
Quando os gritos de "Fora Mocaiber, fora Garotinho, fora Arnaldo, queremos outro caminho", ecoavam por aquelas ruazinhas estreitas daquele Centro centenário, era de se emocionar. Com suas pedras portuguesas e fachadas históricas que, num passado remoto, já assistiram tanto vigor político das mesmas classes, dos mesmos profissionais liberais que tanto lutaram, com grande brilho e destaque, e agora são acusados de apoiar a corrupção, como na coluna Painel Diário, do jornal "O Diário".
Essa tentativa de confundir as pessoas talvez não seja bem-sucedida. Aliás, demonstra espanto e surpresa por uma manifestação dessa natureza ter sido bem sucedida. Estão acostumados a lotar ônibus para eventos, estes sim, circenses, e quando se deparam com movimentos espontâneos como esse, vinculados pela internet, pelo boca-a-boca, sem a necessidade de grandes veículos, se assustam. Tanto que, sabendo de nossa manifestação, colocaram trios elétricos no mesmo local, os dois personagens que são criticadas por nós.
Somos apenas profissionais liberais, e antes de tudo, cidadãos indignados exercendo nosso direito de manifestação. Gosto de saber que fomos observados, não só pelas feras, mas sobretudo por outros cidadãos, que talvez não sejam tão incautos assim.
Com essa acho que eles não contavam, e devem estar se perguntando agora: O que vem por aí?
Estamos diante de um "vazio de poder", ou então de um congestionamento deste. Não importa. O certo é que este é um momento muito oportuno para propugnarmos por uma outra alternativa, por ou novo caminho, que se mostra cada vez mais viável.
Boa semana a todos.

Segue matéria do O Diário, pois não consegui copiar o link específico.

Campos, - 27/04/2008:

"Painel Diário

Da Redação

Ontem teve marmelada...
Se na canção popular existe a pergunta “Mas o palhaço, o que é?”, em Campos, diante do circo armado, a resposta deveria ser “ladrão do dinheiro público do município”. O espetáculo realmente ganhou as ruas para defender corruptos, homens públicos acusados de desvio de verbas, enriquecimento ilícito e sonegadores de impostos. Mas quem tem bens bloqueados pela Justiça e volta ao poder, só deixa claro que o crime compensa... em Campos.

Lamentável



Temos apenas que lamentar, um município como Campos possuir profissionais que se prestam ao papel de ganhar as ruas para defender a corrupção escancarada instalada na prefeitura municipal. Palhaçada, com certeza, jornalistas sérios se intitularem juízes, quando deveriam zelar pela verdade."

"Em alta

Manifestações contra políticos corruptos que retornam ao poder.

Em baixa

Profissionais liberais defenderem políticos acusados de roubo."


4 comentários:

Jules Rimet disse...

Link corrigido lá no blog.
Abração.

Vitor Menezes disse...

Neste sábado, 7 de junho, 10h, tem nova edição do ato público Chega de Palhaçada, no Largo da Imprensa (Calçadão). Mais uma vez os blogueiros de Campos chamam a comunidade para uma manifestação democrática e independente.

Neste momento em que se aproximam as convenções partidárias, a cidadania quer passar o recado de que não quer mais os mesmos candidatos. A sociedade quer algo novo, e por isso vai para as ruas gritar novamente: FORA MOCAIBER, FORA GAROTINHO, FORA ARNALDO, QUEREMOS OUTRO CAMINHO.

Dia 7 de Junho é o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, e o ato também marcará a reivindicação de que a população possa contar com fontes confiáveis de informação sobre a política no município.

Participe com roupa preta e nariz de palhaço. Leve sua faixa e use a criatividade para expressar sua opinião sobre a situação política de Campos. Ajude a mostrar que o cidadão campista não aceita calado esta situação vergonhosa na qual está mergulhada a cidade.

CHEGA DE PALHAÇADA!

Vitor Menezes disse...

Neste sábado, 7 de junho, 10h, tem nova edição do ato público Chega de Palhaçada, no Largo da Imprensa (Calçadão). Mais uma vez os blogueiros de Campos chamam a comunidade para uma manifestação democrática e independente.

Neste momento em que se aproximam as convenções partidárias, a cidadania quer passar o recado de que não quer mais os mesmos candidatos. A sociedade quer algo novo, e por isso vai para as ruas gritar novamente: FORA MOCAIBER, FORA GAROTINHO, FORA ARNALDO, QUEREMOS OUTRO CAMINHO.

Dia 7 de Junho é o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, e o ato também marcará a reivindicação de que a população possa contar com fontes confiáveis de informação sobre a política no município.

Participe com roupa preta e nariz de palhaço. Leve sua faixa e use a criatividade para expressar sua opinião sobre a situação política de Campos. Ajude a mostrar que o cidadão campista não aceita calado esta situação vergonhosa na qual está mergulhada a cidade.

CHEGA DE PALHAÇADA!

Vitor Menezes disse...

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